Coimbra. 09 e 10 de Outubro. Soundscapes#1
1º dia
A 1ª edição do Soundscapes começou com os conimbricenses Alice in Wonderland Syndrome. O quarteto (com uma menina na bateria) tem boas ideias e percebe-se o caminho que quer percorrer. Ainda transpiram alguma inexperiência e têm algumas arestas por limar, nada que o palco não trate de consertar. Uma coisa é certa, crescem a cada passo que dão.
Seguiram-se os Löbo. Concerto explosivo e barulhento. As mãos tocaram tão depressa nas melodias dos teclados como nas distorções da guitarra…a bateria rebenta com o que sobra! Haja energia e até alguma envergadura para aguentar com os socos constantes - um concerto digno de figurar junto de um KO do Joe Frasier.
No final do 1º dia deu-se a incursão mais próxima do Pós-rock. Tocar depois dos Löbo não é fácil, mas os Aspen estiveram a altura. Começaram mais melódicos e acabaram mais ruidosos e explosivos. Foi o projecto com menos elementos em palco (apenas 3), mas nem por isso se encolheram. Mostraram uma atitude incrível e ficou claro que podem crescer ainda mais. A primeira noite foi bem variada no que toca aos géneros percorridos pelas bandas - psicadelismo, doom, metal, rock, pós-rock…afinal andam quase todos de mão dada e não deixou de ser um excelente aperitivo para o segundo dia.
2º dia
Começar por afirmar que seria muito complicado arranjar um line-up melhor do que o que a Artrites nos reservou para o último dia do Soundscapes#1.
Os La Flag abriram as hostilidades com uma performance irrepreensível. Até àquele momento nunca o Soundscapes tinha sido tão melódico e cinemático. As guitarras viajaram pela melodia dedilhada e pelo riff de pelo na venta. Houve bom humor e descontracção de quem parece ter a lição bem estudada – num só acto conseguiram surpreender e confirmar.
Seguiram-se os Katabatic que transformaram o palco da Via Latina num pequeno laboratório de experimentação. Não são os GY!BE, mas pisam um soalho parecido. Há instrumentos de sopro e outros pequenos instrumentos que preenchem as várias camadas do som. Há loops, pausas e riffs poderosos, há voz que é um grito com capacidade de encher os espaços que as guitarras iam abrindo. Em disco constroem paisagens mais serenas, em palco os Katabatic mostraram o que o seu nome denuncia - densidade e potência.
O melhor ficou para o fim, assim manda a tradição. Os The Allstar Project entraram com força e assim continuaram. Espectáculo curto, mas estrondoso. Mais uma visita, a quarta, da banda de Marrazes (Leiria) a Coimbra e houve espaço para tema novo - o sucessor de Your Reward a Bullet virá, talvez, no primeiro trimestre de 2010. A muralha sonora e melodiosa das três guitarras é absolutamente estrondosa e a bateria é sublime. Os The Allstar Project são de outro campeonato - isto parece claro! A qualidade do quinteto é inegável e se ainda havia dúvidas os Marrazenses tiraram-nas todas - são um dos nomes mais importantes do género e ombreiam com o que de melhor se faz fora de Portugal.
O balanço do primeiro Soundscapes é claramente positivo. A Artrites entrou a todo gás conseguindo um cartaz praticamente intocável. A sala de espectáculos da Via Latina não é perfeita, mas mesmo com algumas limitações (sobretudo o diminuto palco) a música e o ambiente dos dois dias de Soundscapes são para recordar. SoundScapes#2…até breve!
2 comentários:
Tenho de deixar comentário... Eu fiquei entusiasmada com o programa do festival, até porque tinha ouvido falar muito bem de All Star. Ganhei o Geral e fui na 6ª. Tinha ouvido algumas músicas no MySpace e estava a contar com boas bandas. Mas o som (falo da acústica) estava tão alto, naquele espaço limitado, que a espaços não se ouvia mais que a bateria. À terceira banda desisti porque os tímpanos não resistiam. Note-se que eu já assisti a muitos concertos amadores, principalmente de metal. E devo dizer que nunca assisti a algo tão fraco em termos de produção. Uma experiência de má memória. No sábado não consegui dar o benefício da dúvida e já nem fui. Uma pena, porque o programa do festival é bom.
Eu estive lá os 2 dias e posso dizer que o som estava alto, lá isso estava, mas tendo em conta os constrangimentos logísticos parece-me que a qualidade de som estava bastante aceitável. Principalmente no segundo dia, que foi de longe o melhor.
Sofs, devias ter dado uma oportunidade ao segundo dia, tenho quase a certeza que verias as coisas de outra maneira. E ainda por cima ias ver uma banda da qual já tinhas ouvido falar muito bem, os AllStar Project ;)
Talvez o som bem mais pesado das bandas do primeiro dia tivessem influenciado a percepção da qualidade do som.
Nunca é demais congratular a Artrites pela iniciativa e empenho com que fizeram este evento acontecer. Obrigado e continuem a fazer tremer Coimbra!
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